Olá. Esta história foi escrita num dia em que não tinha nada para fazer. E como não tinha nada para fazer resolvi escrever esta história. Esta história contem ela própria uma estória contada por uma avó e que vai sendo interrompida com os comentários dos netos. Espero que gostem porque foi um esforço muito grande. Cá vai.
§
Naquele sofá de cabedal estava a minha avó a coser. Eu perguntei se hoje havia histórias. Como é habitual, a resposta foi sim:
- Sim, queridos netos! Mas hoje vou contar uma história um pouco diferente das dos outros dias.
- Está mas é farta de nós! – Pensei eu.
- E como vai ser, avó? – Perguntou a minha irmã que tinha cinco anos.
- Vai ser assim: vou contar uma história da minha vida. Pode ser?
- Sim – Respondemos eu e a minha irmã em coro.
- Cá vai…
Quando eu tinha a vossa idade, ou seja, quando era criança, no meu sétimo aniversário, os meus pais, coitados, que o senhor lhes dê o eterno descanso…
- Que maluquice era aquela que a avó estava a dizer?
… Deram-me uma prenda. Sabem qual foi?...
- Não – respondi eu.
… Foi um cão, que era preto, de olhos azuis muito leves. Eu adorei aquela prenda. Como nós tínhamos um quintal grande, o cão ficou lá. Às 12 horas do dia seguinte, à mesa do almoço, decidimos o nome dele…
- Qual foi o nome? – Perguntou a minha irmã que se chamava Helena.
- Não me interrompas! – Disse a minha avó resmungando.
… o cão não deu nenhuma sugestão, como é óbvio…
- Se não fosse assim é que eu me admirava. – Pensei eu.
… O meu pai deu a sugestão de Bobby, mas eu disse ao meu pai, que se chamava Óscar, que Bobby já não estava na moda…
- O que é que estava na moda naquele tempo?
… Eu dei uma sugestão que era o cão chamar-se Kluzz e assim ficou.
O Kluzz, passada uma semana, já estava habituado à casa e por isso até convidou alguns amigos. Numa vez em que os amigos do Kluzz foram lá a casa, foi um escândalo. Foram para o meu quarto e lá desorganizaram-me o quarto todo. O meu pai ficou todo zangado e, no dia seguinte, pôs o Kluzz na rua.
Depois, no dia seguinte, o Kluzz ouviu-me a dizer aos meus pais que íamos comer um cachorro.
- Estou mesmo a ver o que aconteceu. – Pensei eu.
… O coitado do Kluzz, como sabia que eu estava zangado com ele, pensou que eu o ia comer.
Mas depois, quando o Kluzz percebeu foi uma festa e quando o meu pai soube a verdade sobre o que se tinha passado deixou-o ficar dentro de casa.
Coitado do Kluzz… passados dez anos o Kluzz morreu atropelado.
- E assim acabou a história.
Quando dei por isso, os três já estávamos a chorar.
- Vá deixem-se disso. Gostaram da história? – Perguntou a avó.
- Sim! – Respondi eu com convicção.
E continuámos a conversar o resto da tarde.
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