Para além das noites dos jogos nocturnos houve outras noites diferentes: a noite do Baile de Gala, a noite do Cinema, a noite da fogueira e os confrontos entre rapazes e raparigas.
O Baile de Gala foi uma noite fora do normal. Cada rapaz e rapariga formavam um par, sempre que possível. Dois pares jantavam juntos numa mesa para quatro. Os monitores eram os empregados de mesa. Depois assistimos a um pequeno concerto de música muito gira. De seguida fomos para a discoteca dançar. Dançámos, dançámos, dançámos… até que tivemos de parar para a ceia e para ver algumas das fotos tiradas nos jogos.
A noite do Cinema foi uma actividade que nos permitiu escolher qual o filme que queríamos ver. Havia três filmes à escolha: Hannibal - A origem do mal, filme de terror; Hulk, filme de acção, e o Gato Preto Gato Branco, filme de comédia. Eu vi o Hannibal. A meio do filme houve um intervalo para a ceia e para as pipocas.
A noite da fogueira foi a última noite no Cadaval. Durante a tarde cada camarata preparou uma “apresentação” para o resto dos participantes do Cadaval. A minha camarata cantou duas canções. Houve muitas e boas apresentações. Nesta noite também foi decidido qual dos grupos de actividades tinha vencido no global. E quem ficou em primeiro lugar, no grupo dos azuis, foram… os “Traquinas”, logo o meu grupo.
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E assim cheguei ao fim. Muitas coisas ficaram por contar. Mas espero que tenham gostado destes capítulos do Cadaval. Para o ano há mais, espero.
À noite, nós tínhamos sempre algo para fazer. Se englobarmos todas as noites, podemos dizer que houve dois tipos de noites. As noites em que tínhamos um jogo nocturno que não eram do nosso conhecimento e as noites em que acontecia uma coisa já programada.
Os jogos nocturnos, de que vou falar hoje, aconteciam assim. Reuníamo-nos todos no campo de jogos com o Zé e o Henrique (os chefes dos monitores) e os monitores. O Zé e o Henrique explicavam o jogo e lá íamos para o mato com o grupo de actividades. Houve muito jogos como por exemplo: o jogo das fitas, o jogo dos números, o zoom, o jogo dos traficantes e a volta ao mundo.
· O jogo das fitas foi um dos jogos que mais me divertiu. Primeiro, porque “os traquinas”, o meu grupo de actividades, ganhou e, segundo, porque era um jogo muito fixe. Cada grupo de actividades é uma equipa. Cada equipa tem uma fita a fazer de pulseira com uma cor diferente das equipas adversárias. Cada equipa tinha um cofre com fitas da sua cor para o caso de as perderem. A fita era como se fosse uma vida para nós. Se a perdêssemos tínhamos que ir buscar mais ao cofre. Nós andávamos pela estrada e pelo mato sozinhos sem monitor. O meu grupo, com a fita branca, tinha que apanhar os que tinham fita azul e os vermelhos tinham que nos apanhar. Ganhava quem no final tivesse mais fitas recolhidas e menos fitas perdidas.
· O jogo dos números foi um jogo que foi feito de dia mas como é quase igual ao jogo das fitas, por isso ele está aqui. O jogo dos números em vez de fitas tinha números. Cada jogador tinha um número diferente dos números dos colegas. A escala ia de 1 a 8. Quem tinha o número oito podia caçar todos abaixo de oito e assim sucessivamente. A excepção era o 1: ele caçava os oito. Ganhava quem no final tivesse mais pontos da soma de todos os números recolhidos.
· O zoom foi um jogo que eu, como quase todos, achei aborrecido. Era assim: íamos para a estrada do eucaliptal tirar fotografias a sítios marcados pelos monitores. E, no final, as fotos eram mostradas no centro de férias.
· O jogo dos traficantes foi um jogo muito, muito fixe. Havia três equipas e cada equipa era composta por dois grupos de actividades: os polícias, que era a minha equipa, os traficantes e os drogados. Os drogados tinham que negociar os seus produtos com os traficantes e a polícia tinha que os revistar quando os apanhasse. Os polícias só os podiam apanhar num espaço mínimo, por isso, era muito difícil conseguir apanhar os traficantes e os drogados. Ganhava a equipa que conseguisse ter mais produtos na sua posse.
· A volta ao mundo foi um jogo extraordinário. Cada grupo de actividades estava por sua conta e cada monitor era representante de um país diferente e era ele que nos dava o visto para o país seguinte. No início era entregue a cada grupo de actividades o passaporte com o mapa do eucaliptal com os países marcados. Tínhamos que passar por cada um deles para ganharmos o visto para o país seguinte. Ganhava quem tivesse mais vistos no passaporte.
Nos dias que estivemos no centro de férias do Cadaval, saímos duas vezes para visitar alguns locais diferentes que eu não conhecia.
A primeira saída foi a S. Martinho do Porto. Chegados à praia começámos a brincar àqueles jogos típicos de crianças alegres e divertidas. Mas, depois, já de forma organizada, por grupos de actividades, fizemos um concurso de esculturas na areia, juntamente com o grupo dos amarelos. Nós, os azuis, tínhamos que fazer uma escultura de um castelo e os amarelos tinham que fazer uma sobre a marina. A escultura que ficou em primeiro lugar foi uma de um grupo de actividades dos azuis. A que ficou em segundo lugar pertencia a um grupo de actividades dos amarelos. Depois começou a estar muito vento e, por isso, não fomos aos banhinhos na água e partimos para S. Martinho do Porto.
Logo de seguida fomos fazer um jogo na vila de S. Martinho em que tivemos que fazer perguntas de um questionário aos habitantes daquela vila. Obtidas as respostas o nosso questionário e a nossa tarefa ficaram concluídas. E, assim, fomos almoçar na colónia de férias de S. Martinho do Porto.
À tarde os amarelos foram fazer um passeio de canoa e os azuis foram para a piscina da colónia jogar pólo aquático. Foi um jogo entre rapazes e raparigas, em que os rapazes saíram vitoriosos com uma vitória por 2-0.
O primeiro passeio ficou completo e regressámos ao nosso centro de férias.
No segundo dia de passeio fomos a Óbidos, que já tinha sido eleito, no sábado anterior, uma das sete maravilhas de Portugal. Fizemos um jogo dentro do castelo. Chamava-se “A caça ao tesouro”. O tesouro era composto por gomas o que qualquer criança adoraria. Este jogo permitiu-nos conhecer um pouco da história do castelo. Era impressionante a vista lá de cima das torres, era um espectáculo.
Almoçamos num terreno de bom ambiente em que estávamos em contacto com a natureza. Fizemos um piquenique num sítio apropriado e, depois, cantámos umas canções.
Estava um dia de muito calor e, por isso, como estava prometido, seguimos viagem para a praia e para a água. No início pusemos as coisas apropriadas, que devemos pôr sempre, para nos protegermos do sol e estarmos mais à vontade. De seguida fomos dar um passeio e… o que estava prometido aconteceu, fomos à água. O mar estava gelado, muito gelado mas os mais corajosos deram alguns mergulhos.
Antes do regresso parámos nos cafés para comprar alguns gelados e para o lanche. Finalmente, entrámos no autocarro e regressámos ao Cadaval. E o segundo passeio ficou, também, completo.
Como já devem ter calculado, nós, dormíamos em camaratas. A minha camarata chamava-se “ Os importantes”. Éramos nove, a contar o monitor que também dormia connosco na mesma camarata. Havia dois beliches triplos, com: rés-do-chão, primeiro e segundo andar. E, depois, havia mais dois beliches “normais”, com dois pisos. Eu dormia num desses beliches normais, na parte de cima. Havia, ainda, um cacifo e uma janela.
Acordávamos às 9:00 horas da manhã e deitávamo-nos por volta das 23:45 horas.
Depois das refeições tínhamos que lavar os dentes e fazer “A Hora do LAO” A sigla LAO quer dizer: Limpeza, Arrumação e Organização. Era um momento em que tínhamos que deixar a camarata “cheia” de brilho.
À noite, antes de deitar, tínhamos a ceia que era o momento para acalmar e também para comer um bolito e um pacote de leite para, depois, mais tarde, ir para a camarata dormir.
Houve uma actividade muito engraçada e divertida. Foi o concurso dos SPA’s. Esta sigla queria dizer: Serviços Particulares e Atractivos. Esta actividade servia para que cada camarata fizesse o seu próprio “estabelecimento”, a sua loja. O dinheiro, em vez de moedas, era feijões. O nosso concurso foi à mesma hora do concurso dos amarelos. A minha camarata andou pela rua a fazer de pombos correio. Funcionava assim: uma pessoa podia “escrever” uma carta para nós irmos “entregar” à pessoa que ela quisesse. Podia ser uma carta anónima – 5 feijões; uma a cantar – 4 feijões; uma de amor – 3 feijões; e podia ser uma simples – 2 feijões. A minha camarata, dos azuis, foi a que ganhou. Porque teve mais feijões.
Também houve uma actividade muito, muito… fixe! Foi, assim: Cada camarata do grupo dos azuis tinha que escrever para uma camarata dos amarelos e uma dos amarelos tinha que escrever para uma dos azuis. “Os importantes”, a minha camarata, tinha que escrever para uma camarata feminina e também recebia uma carta de uma camarata feminina. Nessa carta podíamos escrever coisas sobre o Cadaval mas, também, tínhamos que escrever coisas que permitissem revelar a nossa identidade ao destinatário da carta, pois, as cartas eram anónimas.
Uma curiosidade, mais: os monitores tinham todas as noites uma reunião que começava por volta das 00:00 horas e acabava por volta das 5:00 horas da manhã. Grandes reuniões.
Espero que tenham gostado da “camarata”.
Alguns dias depois do jantar tínhamos a “Hora do Recreio”. Esta era uma hora em que nós nos divertíamos a fazer jogos tradicionais no campo de jogos. Era um espaço da colónia muito fixe. Fizemos muitos jogos como: o macaquinho do chinês, saltar à corda, futebol humano, pistoleiro… Mas, um dia, houve uma excepção. Em vez de jogarmos um jogo tradicional fomos à caça de insectos, para o campo.
Para quem não conhece ou não sabe como se joga àqueles jogos, eu passo a explicar:
· O macaquinho do chinês é muito simples. Uma pessoa fica a contar e as outras ficam no lado oposto. Enquanto a pessoa que está a contar se vira e diz: “1, 2, 3… macaquinho do chinês” os outros tentam aproximar-se do local onde ele está. Mas quando ele acaba de dizer aquilo vira-se e eles têm que parar. Se alguém não parar volta ao princípio. Ganha quem chega primeiro ao local sem ser visto a chegar lá.
· No jogo de saltar à corda duas pessoas seguram em cada uma das pontas de uma corda e esticam-na. Fazem com que a corda gire e as pessoas vão saltar “dentro” da corda e não podem tocar nela. Ganha quem fizer isto mais rápido e sem tocar na corda.
· O futebol humano é um jogo muito giro. Há duas equipas como no futebol. Um elemento de uma equipa tem que chegar à baliza da outra mas não pode ser tocado. Caso contrário tem que ficar nesse lugar de braços abertos à espera que um elemento da sua equipa lhe toque para poder voltar ao jogo. Mas as equipas também têm que defender a sua baliza. Ganha quem fizer mais pontos.
· O pistoleiro foi um jogo novo para mim. Joga-se assim: os jogadores fazem uma roda e largam as mãos. Há um jogador no centro, o pistoleiro, que “dispara” para uma pessoa na roda. A pessoa “atingida” tem que se baixar. As duas pessoas que estão ao seu lado têm que “disparar” entre si. O mais rápido ganha e o último a disparar vai para o centro e sai do jogo. Entretanto a pessoa “atingida” pelo pistoleiro levanta-se e fica em jogo. O pistoleiro volta a disparar e o jogo repete-se até restarem só duas pessoas na roda. Está, então, na hora do duelo. Os dois sobreviventes ficam costas com costas. O pistoleiro conta até cinco. A cada número eles dão um passo. Ao quinto viram-se e o primeiro a “disparar” ganha.
· Finalmente, a caça aos insectos. Cada grupo de actividades tinha que procurar insectos como: gafanhotos, aranhas, escaravelhos, libelinhas… e punham dentro de um saco. Quem tivesse mais insectos ganhava.
Espero que tenham gostado do “recreio”.
Uma das muitas actividades que tínhamos no Cadaval, à tarde antes de irmos para piscina, eram os Team Games. Que consistia em fazer combinações de três jogos, como por exemplo: Futebol na areia, escalada, tiro ao alvo… Houve muitos Team Games nos 11 dias do centro de férias. Esta era uma actividade que nos deixava muito alegres. E fizemos muitos jogos, tais como: circuito de bicicleta, dança, futebol de praia, escalada, tiro ao alvo, zarabatana, fisgaball, voleiball na areia, equitação, etc.
Cada Team Games tinha 2 monitores e dois grupos de actividade.
E agora, para quem não conhece ou não sabe como se joga, vou apresentar alguns pormenores característicos de jogos que nós fizemos.
· O circuito de bicicleta tem por objectivo percorrer o circuito definido o mais rápido possível.
· O jogo da dança consiste em imitar no momento as coreografias elaboradas por dois monitores.
· A escalada foi um jogo em que eu não participei por motivos de falta de tempo. A parede da escalada tem duas partes: uma mais alta, com mais apoios, e uma mais baixa, que tem menos apoios. Ganha quem toca primeiro na sineta que está no cimo de cada uma das duas partes da parede.
· O tiro ao alvo é simplesmente fazer de Robin dos Bosques.
· A zarabatana é semelhante ao tiro ao alvo e, por isso, temos que acertar no alvo mas com uma agulha soprada por nós.
· O fisgaball é um instrumento que tem um elástico, uma bola e um pau em forma de “Y”. Puxa-se a bola e o elástico para trás e depois deixa-se ir para a frente para acertar no alvo.
· A equitação consiste em montar e passear um bocadinho em cima de uma égua. No nosso caso a égua chamava-se a “Favorita”.
E foi tudo neste capítulo. Espero que tenham gostado.
No Cadaval havia uma piscina que tinha três patamares: um menos profundo de 0,60 m; um intermédio de 1,20 m e um de maior profundidade com 1,80 m. Estes patamares estavam divididos por riscas brancas.
Nos primeiros dias fizemos a primeira actividade na piscina: “A prova dos semáforos”. Consistia em nadar do primeiro patamar até ao segundo e voltar para ver em qual dos patamares podíamos nadar posteriormente. Havia um júri que tinha três cartões: o vermelho, que só permitia nadar no primeiro patamar; o amarelo, que só permitia nadar até ao segundo patamar e o verde que permitia nadar em toda a piscina. A maioria das pessoas, tal como eu, levou cartão amarelo. Ninguém levou cartão verde porque, apesar de se saber nadar, não tínhamos pé no terceiro patamar. Funcionou a regra da segurança para todos.
Todos os dias (de manhã e de tarde) íamos para a piscina e a maioria das vezes que íamos era para brincar. Mas também houve vezes que era para “trabalhar”. Por exemplo: uma vez fizemos uma competição de estafetas, na qual a minha equipa ficou em segundo lugar. Também fizemos uma aula de hidroginástica e um torneio de pólo-aquático, em que os Traquinas, a minha equipa, foram os grandes campeões do torneio.
E, por hoje, é tudo, espero que tenham gostado do primeiro capítulo do Cadaval.
Como já sabem, eu, no dia dois de Julho parti para uma aventura alucinante no Cadaval. Que para quem não sabe fica ao pé de Óbidos. O meu grupo, os azuis, era constituído por miúdos e miúdas dos 7 aos 12 anos de idade. Havia, ainda, outro grupo, os amarelos, com idades entre os 13 e os 19. Amarelos e azuis juntavam-se em algumas actividades e partilhavam os espaços comuns do centro. Lá no Cadaval fizemos grupos de camarata e de actividades. O meu grupo de camarata chamava-se “Os importantes” e o de actividades chamava-se “Os traquinas”. Havia seis grupos de camarata e seis de actividades.
Pensei, pensei… e decidi contar como era a vida no Cadaval por capítulos. E vou começar pelo capítulo de “ A piscina”.
Daqui a quatro dias, na próxima segunda-feira, vou partir para o centro de férias do Cadaval. O Cadaval fica junto ao Bombarral. A organização é da responsabilidade do “Tempo de Aventura”. Vou passar lá 15 dias. Vamos dormir em camaratas diferentes. Raparigas vs Rapazes. Vamos fazer jogos. Vamos para a praia e para a piscina. Talvez possamos dormir ao relento uma noite. Vamos para o rio nadar…vamos fazer muitas actividades com os monitores. Deixo aqui algumas fotos.
Se quiserem saber mais coisas sobre o Cadaval vão aqui.
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